Emater-MG ajuda produtores de leite atenuar dificuldades causadas pela pandemia

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vacas leiteiras
vacas leiteiras
Co-Working em Ouro Fino

De acordo com produtores rurais mineiros, a pandemia do coronavírus tem causado dificuldades para a venda de leite e queijos. Para atenuar esses problemas, técnicos da Emater-MG têm orientado a adoção de diversas medidas para amenizar os impactos e prejuízos.

Uma das principais recomendações dos técnicos da Emater-MG para previnir prejuízos na pecuária leiteira é a redução de gastos com a alimentação dos animais. De acordo com o coordenador técnico regional da empresa, Antônio Domingues, a diminuição da ração para as vacas, quando possível, deve ser gradual. “Reduz-se um terço por semana para evitar problemas de saúde. É preciso colocar os animais com alimentação mais a pasto e misturar os ingredientes que compõem a ração. As vacas que estão com pouco leite devem ser secadas”, afirma.

Domingues sugere o aumento do plantio de capim para que o gado tenha maior quantidade de alimento barato no tempo de estiagem. Outra dica é a formação de grupos de produtores para a realização de compra conjunta, possibilitando melhores preços.

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Embora o setor tenha enfrentado dificuldades devido ao novo coronavírus, o presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínios de Minas Gerais, José Antônio Bernardes, não espera uma queda grande no preço pago pelo litro de leito ao produtor e nem uma paralisação na captação dos laticínios. “Até o momento não está tendo crise de produção. Há casos específicos em função das indústrias regionais. O queijo sofreu um primeiro impacto, mas o leito foi absorvido de outras formas por outras cadeias produtivas”, afirma.

O pesquisador da Embrapa, Glauco Carvalho, afirma que ainda é muito cedo para identificar os reais impacto no valor pago pelo litro de leite ao produtor. Segundo ele é possível que o preço não sofra grandes alterações. “Por enquanto, o mercado de leite em pó e UHT está dando uma segurada. Já o leite spot, aquele comercializado entre as empresas, está recuando. Essa é a grande preocupação, pois é esse o valor que tem maiores reflexos na quantia paga ao produtor”, afirma.

A pecuária leiteira está entre as principais atividades agropecuárias de Minas Gerais. O estado é o maior produtor de leite. Em 2018, de acordo com dados da Secretaria de Estado da Agricultura, pecuária e Abastecimento (Seapa), os pecuarista mineiros produziram 8,9 bilhões de litros.

Entre os 30 mil produtores de queijo artesanais de Minas Gerais, alguns apontam dificuldades para continuam em atividade devido aos impactos do novo coronavírus. “Há, de fato, um problema de venda, que se inicia com o fechamento das pequenas lojas e culmina com a diminuição da circulação de dinheiro no mercado. E nesse cenário, dá-se prioridade às coisas essenciais”, afirma o Milton Nunes, coordenador técnico estadual da Emater-MG.

Ele aponta que as regiões turísticas, são as que mais sofrem. “Na serra da Canastra, Serro, Campo das Vertentes, regiões onde temos muitos turistas, tivemos uma queda grande no valor pago ao produtor e na quantidade de queijo vendido”, frisa

As orientações são diminuir a produção, reduzir os custos e armazenar queijos para a manutenção, visando a comercialização futura. “É preciso rever onde é possível diminuir custos para que o queijo possa ser produzido de forma sustentável e que a produção não pare”, afirma Nunes.

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