Reflexões – Marcos Castro | A geração “S”. Precisamos de um choque de passado!

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Co-Working em Ouro Fino

Quando, no ano dois mil, o sociólogo polonês Zygmunt Bauman escrevera sobre a tal “Modernidade Líquida” (obra que, enfaticamente, indico a leitura), jamais imaginara que chegaria a tanto a “liquidez”!  

Hoje, tudo “evapora” diante de olhos em tela…

À época, Bauman tentou relativizar e levar-nos a refletir ao quão fluída (que escorre com extrema facilidade), inconstante, fugaz, frágil, imprudentemente desinformada (pela rapidez de “análise” e julgamento), imediatista seria o futuro, onde tudo seria afeado (as relações sociais, econômicas, geopolíticas, o modo de conexão humana, a comunicação, a informação…).

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Pois, foi pior!

Vejamos…

Para logo sanar a curiosidade, mesmo sendo ela sedutora, adianto sobre o tema deste artigo.

Refiro-me à GERAÇÃO “S” (que acabei de conceber…) para designar a “GERAÇÃO STORY” das redes sociais. Nela incluo TODOS nós!

Geração que, muitas e muitas vezes, se “informa” ou se “desinforma”, se relaciona, faz julgamentos, conecta-se, exprime-se, nos DEZ SEGUNDOS dos “stories!

Precisamos “salvar” nossa geração, precisamos de um choque de passado, de uma adequação lúcida entre o real e o digital, entre o imediato e o ponderado, entre a necessária e útil tecnologia e o tempo de maturação para a correta reflexão, entre insanos dez segundos de exposição e o tempo correto de pesquisa e investigação das coisas…

Precisamos de um choque de passado no presente para garantir o futuro!

Para considerar apenas cerca de meio século, a humanidade já “conviveu” com outras quatro, digamos, “gerações”: os “Baby boomers”, “X”, “Y” e “Z”.

PESQUISADO a fundo (Não em “stories”!), achei, por mero acaso, o site de uma empresa que trabalha com inovação na área energética – chama-se Iberdrola.

O tal site traz um admirável artigo sobre estas “gerações”. Cito-o, pois utilizo aqui, a seguir, partes parafraseadas (que significa: com base em) deste artigo maravilhoso!

Vale a pena sintetizar!

  • OsBaby boomers”: – nascidos entre 1945 e 1964 – tal nome deve-se ao fato de terem nascido durante o período batizado de “baby boom”, isto é, época em que a taxa de natalidade disparou em vários países do mundo, depois da Segunda Guerra Mundial. Uma geração invejável, pois viveram em uma época em que todos os jovens gostariam de viver. Viram como John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr se uniram para formar os Beatles em 1962. Também viveram a chegada do homem à Lua (1969), a queda do Muro de Berlim em 9 de novembro de 1989 (e o imenso êxodo do lado comunista para o capitalista). Passaram por todo o período de evolução tecnológica e pelo surgimento e desenvolvimento dos meios de comunicação. Apesar de estarem adaptados ao mundo 4.0, os “Baby boomers” são menos dependentes do smartphone do que as gerações seguintes.
  • A geração “X”:nascidos entre 1965 e 1981 -, durante a reconstrução da Europa ainda devido a Segunda Guerra Mundial. A vida deles não foi nada fácil, já que encontrar um trabalho, após um período turbulento, era um grande desafio. Trabalhar e produzir era sua filosofia de vida, deixando de lado o idealismo. O individualismo, a ambição e a dependência do trabalho – ou “workaholic”são os valores com os quais os nascidos nessa geração cresceram.
  • A geração “Y”:nascidos entre 1982 e 1994 – a tecnologia faz parte de seu dia a dia: todas as suas atividades passam por meio de uma tela. On e off estão totalmente integrados em sua vida. No entanto, eles não nasceram na era tecnológica. Eles viveram um pouco da época analógica e migraram para o mundo digital. O mundo, em virtude da crise econômica, exigiu deles uma melhor qualificação e formação para conseguir um trabalho, uma vez que a concorrência cresceu. Diferente de seus pais, esta geração – estes nativos digitais -, não se conforma com o seu entorno e são ambiciosos para atingir metas.
  • A geração “Z”: – nascidos a partir de 1995 – (MAS AINDA NÃO SÃO O QUE DENOMINO DE GERAÇÃO “S”).  Chegaram com um “tablet” e um “Iphone” debaixo das fraldas. É um grupo de pessoas marcado pela Internet. Faz parte de seu DNA!  Geração da eficiente, mas perigosa IA: Inteligência Artificial! Seu domínio das tecnologias, talvez, faça com que se preocupem menos com suas relações interpessoais, embora sejam eles os que mais dão voz às causas sociais na Internet. Gostam de ter tudo aquilo que desejam de forma imediata, uma consequência do mundo digital e imediatista em que estão imersos. Seu estilo de vida também está marcado pelos “youtubers” e “digital influencers”. São multitarefa, mas seu tempo de atenção é muito breve. São independentes, consumidores exigentes e ocupam ou ocuparão cargos que, atualmente, ainda não existem.

E a GERAÇÃO “S”?

É a geração que nasce interseccionada à Geração “Z”! Consequência dela!

Ainda uma incógnita sociológica do que será no futuro…

Concluo como iniciei.

É a geração do imediatismo digital, se “informa” ou se “desinforma”, se relaciona, faz julgamentos, conecta-se, exprime-se, nos DEZ SEGUNDOS dos “stories!

Estamos nela! Somos ela!  É preocupante, pois não “se faz” o futuro em dez segundos!

Deixo aqui uma reflexão: por que não extrair o que de melhor houve em cada geração e construir um futuro melhor?

Precisamos de um choque de passado no presente para garantir o futuro!

Por Marcos Castro
Engenheiro; Especialista em Qualidade e Produtividade;
Mestre em OTH; Educador;
Escritor; Filósofo; Professor Universitário;
Educador; Palestrante; Psicanalista.
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