Caso Alexandre Megale: Repórter recebe solidariedade de entidades nacionais e internacionais. Vereador Paulo Luiz de Cantuária deve depor nesta terça-feira (24).

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Alexbemtevi
Alexandre Megale e Paulo Luiz de Cantuária o Bem-te-vi (imagens: Alexandre Megale, Reprodução)
Co-Working em Ouro Fino

O caso de agressão sofrida pelo repórter Alexandre, na segunda feira dia 16 de maio, ganhou repercussão nacional e internacional. O Vereador Paulo Luiz de Cantuária, conhecido como Bem-te-vi deve depor na Polícia Civil nesta terça-feira (24).

Megale afirma que se dirigiu ao bairro Pinhalzinho dos Goes, para, segundo ele, apurar uma informação sobre uso de maquinário da prefeitura de Inconfidentes em uma localização pertente ao município de Ouro Fino. A fonte destas informações, ainda de acordo o jornalista, foi categórica em dizer exatamente onde ele encontraria tal maquinário. Chegando no local Megale parou para conversar com duas pessoas que trabalhavam em uma obra e ao fazer isso percebeu a aproximação de um automóvel e deste, ainda segundo ele, desceu o vereador Paulo Luiz de Cantuária. “Eu estava sentado na moto e fui obrigado a virar o corpo para poder vê-lo e falar com ele. Ele desceu do carro e me disse ‘você está fazendo o quê aqui? Você não tem que estar aqui’ e já pegou pedras grandes no chão” – Afirma Alexandre Megale.

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Após isso o repórter conta que tentou sair com a moto, mas não conseguiu e foi atacado por Cantuária com pedradas em seu capacete, mas que também foi ferido nas mãos ao tentar se defender. Ainda segundo Megale o vereador teria feito ameaças de morte contra ele.

O jornalista afirma também que Bem-te-vi disse que a apenas teria dado socos contra ele, versão contestada por Megale, que mostra os danos em seu capacete, que de acordo com sua versão comprovam o uso das pedras.

Procurado por esta reportagem o vereador informou que não poderia dar entrevista a respeito do assunto. Em contato com Marcelo Forlenza, advogado de Paulo Luiz de Cantuária, recebemos a resposta que ele só se manifestará nas instancias competentes, ou seja, no inquérito Policial, na Câmara Municipal e em eventuais processos judiciais decorrentes do caso.

Na última sexta-feira (20), o 2º Juizado Especial Criminal da Comarca de Ouro Fino expediu uma Medida Protetiva, impedindo que Paulo Luiz de Cantuária se aproxime a menos de 100 metros do repórter Alexandre Megale, bem realize qualquer tipo de contato com ele, seja telefônico ou via internet. As mesmas proibições são aplicadas ao jornalista em relação ao vereador. Segundo o documento a validade da medida é “até posterior determinação”.

Apesar de Alexandre Megale alegar ter sido vítima de tentativa de homicídio, o delegado Waldir Jorge Pelarico Júnior, responsável pelas inquérito policial, afirmou que, inicialmente, o vereador será indiciado pelo crime de Lesão Corporal, porém tal entendimento pode mudar no decorrer das investigações “após findadas todas as diligências policiais, sobretudo o laudo do IML que contemplará sobre as eventuais lesões corporais e eventuais gravidade” – Afirma Pelarico Júnior.

Alexandre Megale disse que pretende acionar judicialmente Cantuária, além do processo criminal, também na esfera cível e pedir a cassação do seu mandato junto a Câmara Municipal, porém o advogado Felipe Corol, que representa o jornalista, explicou que prefere aguardar o decorrer das investigações para se manifestar sobre eventuais procedimentos e serem tomados.

Repercussão

O caso Alexandre Megale foi noticiado em diversos veículos de imprensa, entre eles o G1 Sul de Minas, Rádio Itatiaia e O Estado de Minas. Além disso entidades de defesa da liberdade de expressão e associações de proteção ao jornalismo manifestaram solidariedade ao repórter ouro-finense, como a AMI (Associação Mineira de Imprensa), Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais,  Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) o Instituto Vladmir Herzog (que constrói junto com outras organizações como Artigo 19, Repórteres sem Fronteiras e Intervozes uma Rede de Proteção de Jornalistas e Comunicadores) e uma organização internacional com sede em Nova Iorque a CPJ (Comitee to Protect Journalists).

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