
Os funcionários do IFSULDEMINAS Campus Inconfidentes aderiram a paralisação das atividades da instituição no dia 15 de abril. A paralização faz parte do movimento nacional. No sul de Minas, os 8 campus do Instituto Federal e a Reitoria estão em greve com adesão de 1176 servidores divididos em 558 técnicos administrativos e 618 professores da Rede Federal. O Observatório de Ouro Fino esteve em Inconfidentes na manhã desta terça-feira (28) e conversou com o professor de matemática e integrante do Comando Local de Greve, Carlos Augusto Cardoso Marques. Ele explicou que as principais reivindicações da greve são: a recomposição de perdas de orçamento dos Institutos Federais, a revogação do Novo Ensino Médio, a restruturação da carreira dos técnicos administrativos e a reposição de perdas salariais de docentes e técnicos, que chega a 22,7%.
Sobre a revogação do Novo Ensino Médio, o professor ressalta que existe a questão política geral, que é o revogaço, pois a queda impacta o número de horas, ele diminui a carga horária dos cursos técnicos e tem a normativa que rege a maneira de como as coisas acontecem, como por exemplo o número mínimo de horas de aulas e se o docente tem que bater ponto ou não.
O professor continuou explicando que o campus de Inconfidentes aderiu a greve em dia 15 de abril (segunda-feira) e no dia 19 (sexta-feira) teve a primeira mesa de negociação, onde todas as unidades votaram e a segunda mesa de negociação é esperada, que ocorreu apenas no dia 21 de maio, ou seja, 1 mês e 2 dias depois. Essa segunda mesa, que é recente, também foi negada e o governo federal afirmou que essa seria a última negociação, deu um prazo para a aceitação mas a negativa da proposta foi mantida e a greve está mantida, sem previsão, hoje, nem de uma próxima mesa de negociação. Carlos encerra dizendo que pais, alunos, professores devem estar do mesmo lado: “a gente quer que a greve acabe, pois para a gente é péssimo, mas o governo é que tem o principal papel de acabar com a greve.”
Luiz Flavio Reis Fernandes, Diretor geral do Campus Inconfidentes afirmou que o movimento de greve é previsto em legislação, onde os servidores assumiram esse posicionamento de adesão. “A direção não aderiu a greve, mas isso não significa que a gente não saiba dos desdobramentos. Algumas ações institucionais e serviços essenciais estão funcionando normalmente, o que foi decidido em comum acordo com o Comando Local de Greve, composto por servidores escolhidos entre eles mesmos.” Para Luiz Flavio a situação é complicada: “Tenho recebido mensagens de alunos, pais, sou parado na rua e eu sempre trago essa explicação, da legitimidade do movimento, das necessidades que o movimento grevista luta, pois podem achar que é só para aumento de salário, sendo que na verdade, o aumento é apenas uma das pautas. Nós temos outras reivindicações junto ao governo federal, como por exemplo melhorias na assistência estudantil (melhorias para o estudante na alimentação, moradia, nos cuidados em geral), melhorias no orçamento, que já chegou a 16 milhões de reais e este ano não passa de 7, ou seja, foi reduzido pela metade e o número de estudantes aumentou. Nós fechamos o ano passado com 17 mil matrículas à distância e 3 mil alunos presenciais, com esse orçamento. Se pegarmos números de 2018 por exemplo, nós tínhamos um orçamento maior com um número aproximado de 2 mil estudantes presenciais. Esse dinheiro é investido em alimentação, segurança, visita técnicas. Enfim, todas as garantias que devemos dar para os estudantes.”