O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou nesta sexta-feira (08) o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial no Brasil, que mostra o aumento de 1,62% em março. É o resultado mais alto para o mês, desde 1994, quando foi implantado o Plano Real.
Em fevereiro, a inflação tinha sido de 1,01%. Em março do ano passado, de 0,93%. Com a alta, acima das expectativas do mercado, a inflação acumulada nos últimos 12 meses chegou a 11,3%. Só nos três primeiros meses de 2022 o índice chegou a 3,2%.
Os preços subiram em praticamente todos os grupos de produtos e serviços pesquisados. A maior variação, na casa de 3,02%, se deu no setor de transportes, com o aumento abusivo do preço dos combustíveis. Também houve forte alta no grupo alimentação e bebidas (2,42%). Juntos, esses dois grupos foram responsáveis por 72% do IPCA medido em março.
Na alimentação, os principais vilões foram:
- Tomate (27,22%);
- Cenoura (31,47%);
- Leite (9,34%);
- Óleo de soja (8,99%);
- Frutas (6,39%);
- Pão francês (2,97%);
- Café (2,86%).
“Foi uma alta disseminada nos preços. Vários alimentos sofreram uma pressão inflacionária. Isso aconteceu por questões específicas de cada alimento, principalmente fatores climáticos, mas também está relacionado ao custo do frete. O aumento nos preços dos combustíveis acaba refletindo em outros produtos da economia, principalmente nos alimentos”, analisa Pedro Kislanov, gerente do IPCA.
Também houve altas em vestuário (1,82%), habitação (1,15%), saúde e cuidados pessoais (0,88%), despesas pessoais (0,59%), artigos de residência (0,57%) e educação (0,15%). O único índice que registrou queda, mesmo assim discreta, foi a categoria comunicação (-0,005%).
O mercado esperava um índice de 1,28% e o próprio Banco Central tem alertado para a possibilidade do pico de alta dos preços só se dar em abril ou maio deste ano.
