Dentre as inúmeras coisas que pioraram no Brasil nos últimos anos e esta não da para culpar a pandemia ou a longínqua guerra, é a sumiço dos famosos calendários da Caixa Econômica Federal.
Aquelas folhinhas ortodoxas, em com os dias em azul e os domingos e feriados em laranja agora só estão disponível para uso nas agências da CEF, lotéricas e postos credenciados. Clientes não tem acesso a ela, nem mesmo funcionários podem leva-las para suas casas.
Alguém pode dizer que atualmente é desnecessário uso de calendários físicos pois há em qualquer smartphone uma versão eletrônica. Mas não há comparação entre praticidade entre simplesmente olhar para algo que está em sua mesa ou na parede que ter de tirar um aparelho do bolso, ou procura-lo pela casa ou escritório, arrastar o dedo pela tela, tocar em um sensor, ou aguardar que ele reconheça nosso rosto para que a tela seja desbloqueada, depois clicar no ícone do app para só então consultar o mês, dia etc.
Outro defeito destes aplicativos é que os feriados não são marcados em vermelho, como deveria ser, mas sim com um simples ponto a cima da data e para a pessoa saber que o que é comemorado é preciso clicar no dia em questão. Outro problema, este mais sério lá não tem as fases lunares, essencial para quem gosta de astronomia, pescaria, para um bom corte de cabelo. Além disso não dá para anotar nada neles, ou melhor, até dá, mas a anotação fica escondida num clique e não chamando a atenção a cada olhar.
Neste ponto e talvez só neste, a tecnologia não melhorou as coisas, o bom e velho calendário de papel é bem melhor que o eletrônico, e o que a Caixa Econômica Federal fornecia antigamente era um dos melhores, tinha todos os feriados, as fases lunares e de quebra acima de cada dia da semana tinha as loterias que corriam. Nada disso está mais disponível para o cidadão comum. Chegou-se ao fim de uma era.