Entrevista com Edgar Fonseca, novo presidente da Academia Ouro-finense de Letras e Artes (AOLA)

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Edgar Fonseca, presidente da AOLA. (Foto: Luís Guilherme Burza)
Co-Working em Ouro Fino

Edgar Augusto José Barros do Amaral Fonseca é natural de Ouro Fino/MG. Nascido em 05 de dezembro de 1984 é filho de Cláucio da Fonseca e Márcia Beatriz Barros do Amaral Fonseca. Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito do Sul de Minas (FDSM), pós-graduado em Direito Processual Civil Contemporâneo pela Escola Superior de Advocacia (ESA/MG), advogado, ator e diretor de teatro amador, poeta, escritor, apaixonado por boas histórias (em especial de literatura fantástica e de terror) e boas conversas, RPG, livros e cozinha.

Começou a escrever poesia no ano 2000, vindo a vencer naquele ano o XVI Concurso de Poesia de Mogi Guaçu/SP na categoria “Juvenil-Outras Cidades”. Após isso participou de 05 antologias poéticas publicadas pela Editora Litteris, vindo a receber o título de membro honorário da Academia Ouro-Finense de Letras e Artes em 2002. Estreou no teatro também em 2000 atuando na peça “O Santo Inquérito”, de Dias Gomes, apresentada pela Oficina Municipal de Teatro de Ouro Fino.

A partir daí atuou como ator e/ou diretor teatral em mais de 20 produções teatrais amadoras, a maior parte delas junto a Oficina, vindo a ser premiado no Festival de Teatro Amador “Entre Nós” em 2007 com troféu de “Melhor Direção” nas categorias adulto e infantil. “Causos da minha infância como advogado”, lançado em 2020, foi sua estreia como escritor, livro este onde narra situações curiosas que vivenciou na vida jurídica desde 2009.

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Atualmente divide seu tempo entre ser pai do Arthur, advogar, atuar com a Oficina Municipal de Teatro, trabalhar em seus próximos livros e produzir conteúdo infantil para o canal “Histórias do Tio Edgar” no YouTube, Facebook e Instagram.

Em 2022 assumiu a cadeira número 25 da Academia Ouro-finense de Letras e Artes, que tem como patrono Geraldo Galeno Megale Apocalypse. Em dezembro do ano passado foi eleito presidente da entidade e assumiu o cargo em 1º de janeiro.

Segue a entrevista concedida ao repórter Luís Guilherme Burza, na última sexta-feira, dia 18 de janeiro de 2024.

Luís Guilherme Burza: Edgar você assumiu agora em janeiro, a presidência da Academia Ouro-finense de Letras e Artes, a AOLA e na última segunda-feira (15) foi realizada a primeira reunião da nova diretoria. Você substituiu o advogado Geraldo Affonso, a quanto tempo ele era presidente da entidade?

Edgar Fonseca: O Dr. Geraldo terminou dois anos de mandato, porém ele é membro da diretoria da AOLA há 26 anos, sendo que neste período ele exerceu a presidência por três ou quatro mandatos, não me recordo ao certo. Em outras ocasiões ele atuou como vice-presidente ou secretário.

Você é o membro mais jovem da Academia, não é o calouro por que já está lá há algum tempo, mas em idade é o mais novo, mas o membro que assumiu mais recentemente e o Orley Zerbinatti. Como o fato de você ser o mais jovem membro da AOLA pode impactar na sua gestão?

Serei sincero, é a primeira vez que eu assumo a presidência de uma organização como a Academia Ouro-finense de Letras e Artes, a primeira vez minha como gestor de uma associação como esta. De fato, eu sou um membro mais jovem ali da AOLA, o Dr Orley é um caso curioso porque ele é o membro mais recente e ao mesmo tempo o de maior idade ente os imortais, ele tomou posse em agosto do ano passado e já conta com 90 anos de idade, graças a Deus.

O grande desafio então, é conseguir conciliar os membros que estão na faixa aí de nos 40 anos aproximadamente, com os que estão com cerca de 60 70, 80 anos, que não deixam na peteca cair em momento nenhum. Inclusive um dos mais ativos dentro da Academia é o próprio Dr. Geraldo Affonso, que já está com 88 anos muito bem vividos. Então o grande desafio eu conseguir conectar essas duas essas duas percepções de realidade, principalmente porque alguns acadêmicos, graças a Deus uma minoria, não são tão afeitos à tecnologia como os mais jovens. Sempre que pode a gente auxilia, a gente orienta, a gente ajuda, não só eu, mas os todos os acadêmicos que têm mais intimidade com redes sociais, com uso de computadores, com uso de aplicativos de celular, coisas que normalmente pessoas mais velhas encontram dificuldades e que, graças a Deus, ali em conjunto, conseguimos contornar isso, conciliando a experiência dos mais antigos com a energia dos mais jovens. Este será o ponto de partida da minha gestão, aliar a experiencia, de uma academia com 30 anos de existência iniciativas e propostas voltadas para essa nova realidade, uma realidade conectada.

Este então seria o maior desafio da sua gestão, ou existe outro que considera mais importante nestes dois anos de mandato que você tem pela frente?

Quando resolvi lançar minha candidatura, eu já tinha dois objetivos. O primeiro é aproximar mais a Academia da população. Já tive a experiência de ver pessoas no meu ramo profissional, eu sou advogado que me perguntaram “o que é uma academia?” porque não sabia nem a definição do que era uma academia para que serve uma academia de letras, no caso a nossa de letras e artes. Então a primeira iniciativa é aproximar população da academia, deixar a população conhecer os acadêmicos, o trabalho deles, nós temos mentes maravilhosas, trabalhos maravilhosos e através deles fazer contatos com outros artistas e escritores igualmente maravilhosos.

E o segundo é justamente conseguir trazer a AOLA mais para dentro do mundo virtual. Nós já temos a página do Facebook, mas a minha ideia é começar a ampliar essa atuação virtual da Academia em outras redes sociais como Instagram, com o próprio YouTube, criando conteúdos virtuais para que a população possa acessar no futuro, como o próprio com a própria revista da Academia. Então esses são os dois nortes, os dois principais objetivos dessa minha dessa minha gestão.

Você tocou num ponto importante entre estes seus objetivos que é esta aproximação da AOLA com as pessoas. Muita gente sabe que existe a Academia, mas não sabe qual é a função dela. Então já dando início a este trabalho, explica aos leitores do Observatório de Ouro Fino o que é a Academia Ouro-finense de Letras e Artes, qual a função dela…

O termo ‘academia’ surge na Grécia Antiga e lá representava uma reunião de sábios que tinham por objetivo disseminar conhecimento. Com o tempo ‘academia’ passou a ter outros significados, como acontece com várias palavras, que vão mudando o seu significado ao longo dos séculos. Hoje a academia ela pode ser usada tanto no sentido de reunião de pessoas ou local em que se reúnem pessoas, como por exemplo uma academia de ginástica, são locais em que se reúnem pessoas com interesses afins. No caso da Academia de Letras e Artes são pessoas interessadas na disseminação da palavra escrita na disseminação da cultura escrita e de outros ramos artísticos também, nossa academia ela também engloba profissionais que mexem com teatro, com artes plásticas, ilustração, pintura, música, escultura… Então a principal função da Academia Ouro-finense de Letras e Artes é justamente agregar pessoas que têm esse interesse comum pela literatura e pelas artes, pela arte da literatura, a arte da escrita, a arte do da poesia, da trova, do conto, posteriormente pelas artes cênicas, pelas artes plásticas, pelas artes musicais e trabalhar com essas pessoas disseminando estas artes,  ampliando esses trabalhos e levando esses trabalhos até o público, para que eles possam ter também contato com esses trabalhos poder aproveitar do que de bom esses trabalhos possam trazer para cada um individualmente.

E o que que é população é como a população da cidade e como Ouro Fino como município pode se beneficiar do fato de aqui existir uma Academia de Letras e Artes, principalmente agora com o seu mandato, como isso pode ser potencializado?

Isso aí vai coincidir o objetivo que eu citei anteriormente, de aproximar a AOLA da população. Enquanto academia é uma associação, é uma pessoa jurídica que tem como objetivo disseminar a cultura, qualquer cidade que possa ter uma associação desta, de artistas interessados em divulgar e manifestar não só a própria arte, mas a arte como um todo, vai ter um benefício imediato.

Uma das coisas que a gente costuma perceber hoje em dia que todo mundo tá sempre muito ocupado, muito cansado, porque a vida moderna ela exige muito de qualquer pessoa, seja adulta seja criança e a arte vem justamente para mostrar que a vida pode ser mais do que sair de casa para o trabalho e voltar para casa. A arte pode mostrar pra gente que a nossa vida pode ter uma beleza a mais do que a gente está acostumado a ver e a gente agrega isso através de um bom livro, apreciando uma boa música, assistindo um filme que nos agrade, independente do gosto, pode ser um drama existencial como um filme de ação de artes marciais.

A questão é: através da arte a gente consegue suportar melhor essa carga essa pressão que a gente tem durante a nossa vida cotidiana, que a gente descobre que a nossa vida pode ser mais do que só trabalho só pagar a boleto no final do mês. E esse tipo de organização dentro da cidade vai, claramente, levar esse conceito adiante mostrando para a população que quando a população também investe em cultura, está investindo na sua própria saúde, no seu próprio bem-estar e ela tá reforçando a sua identidade enquanto cidadão, enquanto local, enquanto pessoa daquela comunidade e isso para qualquer cidade é um ganho imenso.

Edgar, finalizando a entrevista, como o novo presidente da AOLA, o que que você teria a dizer para a população para os acadêmicos, algo que você queira acrescentar aos leitores do Observatório de Ouro Fino nesta entrevista?

Para os acadêmicos, quero novamente deixar meu agradecimento, por confiarem no trabalho que eu já estava fazendo como secretário na gestão do Dr. Geraldo Affonso, por confiarem que eu posso estar levando a frente um legado que ele está deixando e que é muito grande. É uma responsabilidade, eu tenho consciência do peso desta responsabilidade, não estou ali para copiar, mas quero me inspirar nessa dedicação dele para estar levando a AOLA a frente da nesses próximos dois anos de gestão.

E para a população, quero dizer que as portas da AOLA estão abertas. Se você tem um texto, se quer divulgar esse texto, se tem interesses e de fazer uma exposição com seus trabalhos artísticos, se tem o interesse de fazer o lançamento do seu livro, entre em contato com a gente aqui na Academia, pode ser através da nossa página no Facebook, pode ser diretamente comigo ou qualquer dos acadêmicos, eles vão entrar em contato comigo e as portas estão abertas para usar a estrutura da AOLA, é só agendar. A gente vai abrir, com todo carinho, com toda dedicação, para poder receber você que é artista, que é escritor, que quer mostrar o seu trabalho, lá no nosso espaço, no nosso humilde espaço.

Em breve tenho projetos anunciar novas atividades envolvendo a população, como como sarais culturais, concursos culturais. Assim que tiver o cronograma ajustado. Mas independente disso, você que é autor, quer lançar o seu trabalho, quer expor seu trabalho, a nossa casa está aberta, nossa função é estar mostrando o a qualidade e a beleza do trabalho artístico ou ouro-finense.

Muito obrigado, Edgar.

Eu é que agradeço a atenção e a oportunidade, e agradeço também aos leitores do Observatório de Ouro Fino.

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