Suposta vítima de agressão policial conta sua versão

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Guilherme Fabrício da Silva, suposta vítima de agressões policiais. (Foto: Redes sociais)
Co-Working em Ouro Fino

Na tarde desta quarta-feira (20) a reportagem do Observatório de Ouro Fino foi procurada por Guilherme Fabrício da Silva, balconista de 20 anos, que disse ter sido agredido por policiais militares na última segunda-feira (18).

Segundo a versão de Guilherme, na madrugada de sábado para domingo, pouco depois da meia noite, ele e mais dois amigos estavam em um carro de aplicativo voltando para a casa quando foram abordados por uma viatura da PM no bairro Vila Prateada.

Ele conta que já na abordagem tomou chutes nas pernas. Logo após, quando chegaram reforços policiais, ele foi novamente agredido na perna e desta vez no supercílio que teria inchado na hora. Os militares teriam dito que ele foi agredido por “ter um 33 nas costas” (por ter sido preso por tráfico de drogas). Neste momento ele diz que questionou aos PM sobre como iria trabalhar no dia seguinte com o rosto inchado.

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Em seguida, de acordo com Guilherme, os militares procederam a revista nele, nos dois amigos e no motorista do app. Ao constatarem que não havia nada de ilegal, liberaram os três, ficando só com ele. Ainda conforme a versão de Guilherme, neste momento os policiais teriam dito que ele seria levado ao Centro de Registro de Ocorrência Policial (CROP) para assinar um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO).

Neste momento Guilherme teria pedido para ser liberado, já que nada foi encontrado com ele, mas os PMs teriam insistido em leva-lo ao CROP. Neste momento ele conta que tentaram força-lo a entrar na viatura, mas quando ele disse que não iria entrar, os militares o jogaram no chão e bateram nele. Também teriam dado um tiro de pistola de impulsos elétricos em suas costas, o algemado e amarrado e depois jogado no compartimento de presos do veículo.

Guilherme nega, por fim, ter agredido os militares, ele diz que “nem que quisesse” teria como, já que era três policiais e ele era apenas um. Outra coisa que ele alega é que, em virtude deste ocorrido, perdeu o emprego que tinha como balconista.

Versão da Polícia Militar

Mais cedo a PM emitiu uma nota sobre o ocorrido, já publicada aqui no Observatório de Ouro Fino, porém com a versão apresentada pela suposta vítima, a redação decidiu republicar a nota. Nela, além da versão apresentada pela instituição há a informação que será instaurado um procedimento administrativo para averiguar o ocorrido. Segue a nota abaixo:

“Ouro Fino – Polícia Militar prende autor de Resistência/Desobediência

Na madrugada da última segunda-feira (18), por volta das 1h da manhã, a Polícia Militar de Minas Gerais, por meio das guarnições do 20º BPM, abordou um veículo que transitava em atitude suspeita pelo bairro Parreiras em Ouro Fino.

No automóvel, além do motorista, estavam 03 indivíduos, os quais desembarcaram após parlamentação. Um dos ocupantes do veículo, homem de 20 anos, resistiu a abordagem policial e recebeu voz de prisão por desobediência. Ao ser conduzido para o compartimento da viatura, o autor se comportou de forma agressiva, sendo necessário o emprego moderado da força.

Em dado momento, o autor tentou subtrair a arma de um dos militares, sendo necessário o uso da Pistola de Emissão de Impulsos Elétricos para contê-lo e demais dispositivos. A ação resultou em lesões no autor e nos militares, sendo todos atendidos no Hospital local.  Os demais ocupantes do veículo não foram presos.

A Administração Militar, por meio do Comandante do 20º BPM, instaurará um procedimento administrativo com o fim de apurar e elucidar os fatos.”

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