“Zema é um traidor” declara Senador Carlos Viana em visita a Ouro Fino

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LG Burza e Carlos Viana
Luis Guilherme Burza e Senador Carlos Viana - (imagem: Cláudio Yoshinaga - assessoria Carlos Viana)
Co-Working em Ouro Fino

Senador Carlos Viana (PL) tem 59 anos, é natural de Braúnas (MG), é jornalista formado pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Em 2018 foi eleito senador com mais de 3,5 milhões de votos. Neste ano ele pretende se candidatar ao governo de mineiro pelo PL, partido do presidente Jair Bolsonaro. No último sábado (23) ele visitou Ouro Fino e entre outros locais esteve na Santa Casa. Antes de entrar no hospital ele concedeu uma entrevista a três veículos de imprensa da cidade:

Luis Guilherme Burza: Senador O senhor está fazendo uma visita aqui pelo sul de Minas, qual a razão da visita específica aqui na Santa Casa de Ouro. Fino?

Senador Carlos Viana: Bem, eu estou Senador pelo primeiro mandato, não vim da política e não são político profissional, então desde que tomei posse em 2019, eu tenho visitados os municípios um por um eu tenho buscado ouvido entendido cada região do nosso Estado das 14 macrorregiões cada uma tem uma necessidade, seja no Norte do Jequitinhonha aqui no Sul a gente precisa entender Minas Gerais dentro da perspectiva do Guimarães Rosa de que “Minas são muitas” e realmente são mesmo. A gente tem que levar soluções a cada lugar de uma maneira diferente seja geração de rendam etc, então nesse trajeto eu já visitei 450 municípios do Estado em alguns lugares distritos que ficam a 150 km da sede, por quê isso? Porque assim eu consigo levar para Brasília não só sugestões de projetos, mas principalmente ajudar o estado nessas soluções. Nós só não avançamos mais porque há por parte do Governo do Estado hoje uma letargia muito grande uma indecisão falta de planejamento e isso no governo federal acaba gerando atraso. Por exemplo viemos pela estrada aqui, uma estrada cheia buracos uma estrada difícil insegura não há um projeto de desenvolvimento para mobilidade pra essa questão da infraestrutura nós temos zero. Se isso tivesse sido apresentado ao governo federal, nós teríamos conseguido ajudar em vários setores, mas é o que eu sempre falo se o governo do estado, se as prefeituras não se organizam nós parlamentares não podemos impor nada, então minha visita aqui é uma agradecimento, eu vim para conferir de perto o trabalho da Santa Casa que é uma das mais importantes no Sul de Minas, R$ 100 mil nós já colocamos para ajudar de imediato, quer dizer não venho de mãos vazias nem com promessa eu venho com a realização e vem fazer um compromisso de ajudar a cidade ainda mais da maneira carinhosa, como foi recebido aqui.

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Luiz Carlos Ribeiro (Rádio Porteira): Senador recentemente o vereador Paulo Henrique Chiste esteve em Brasília com o senhor e desta conversa o senhor teve com ele lá surgiu então que Ouro Fino poderá ter um campus da Universidade Federal de Alfenas, fala com o nosso ouvintes aí e também para o nosso colegas sobre esse projeto?

Olha é muito bom a gente não gerar expectativas nas pessoas que não possam se cumprir! Toda a universidade federal hoje no Brasil para expandir o Campos, nós dependemos do orçamento das universidades no MEC e esse orçamento nos últimos três anos tem sido empenhado, ou seja, o governo tem colocado tudo que se pode dentro do chamado teto de gastos, o que nós temos que tentar fazer é chamar os reitores das universidades federais e mostrar para eles que o investimento que o Brasil faz em educação que não é pouco, nós somos o quarto país no mundo em geração de educação e PIB e investimentos, o quarto! Os nossos resultados são péssimos! Então o que que nós temos feito? Chamados reitores conversado com ele sobre a melhor utilização desse recurso para os alunos. Não é só aquela história de você colocar dinheiro colocar dinheiro. Toda vez que alguém fala assim falta dinheiro para educação no Brasil, não é verdade! O Brasil tem um orçamento de educação entre os maiores do mundo, o que nós precisamos é fazer com que o dinheiro chegue no aluno, porque gasta-se de várias maneiras e vários projetos, então na Universidade Federal de Alfenas, o reitor, pessoa muito correta, transparente, um homem organizado eu falei “olha vamos levar essa demanda ao MEC, para que a cidade possa ter de volta aos cursos que no passado eram tão importantes”, ela é possível, nós vamos trabalhar isso eu inclusive um dos relatores do orçamento, vamos tentar colocar para o ano que vem a gente ter o dinheiro, mas é uma demanda difícil.

Ciça Ferraz (Gazeta de Ouro Fino): Quanto é o invenstimento?

Nós falamos hoje em aproximadamente R$ 15 milhões para montar, para ter os professores, os concursos. Porque não é só contratar pessoas, tem que ter Laboratórios, tem que ter uma estrutura que funcione, ainda mais na área de de Ciências Médicas e isso não é muito dinheiro, mas dentro do orçamento do MEC hoje é uma dificuldade.

Ciça Ferraz: Porque geralmente há pedidos para uma série de universidades, não só aqui.

É e o governo nos últimos anos vem dando sequência a um planejamento de expandir as Universidades para outras regiões do Brasil, nós em Minas Gerais perdemos muito tempo, a política em Minas Gerais perdeu muito tempo, eu falo porque não ganhei com apoio de ninguém, ganhei com o apoio do Povo, mas o Senado Mineiro foi muito omisso, você tinha senador que cuidava de time de futebol, o negócio dele era clube, você tinha senador que era eleito por Minas morava no Rio que não tinha compromisso nenhum com o estado ficou oito anos sem vir aqui e você tinha outro que só cuidava de empresas, resultado nós perdemos! Os nordestinos que são muito organizados tomaram da gente boa parte dos recursos e dos investimentos. Você pega o centro-oeste, Tocantins duplicou todas as principais rodovias Goiás duplicou praticamente todas as rodovias federais e nós aqui não conseguimos avançar! Por que? Política! A política é o que eu tenho feito hoje junto do presidente (Bolsonaro), eu sou vice-líder do governo, atrair os investimentos, [eu digo] “presidente nós temos que ajudar Minas”, mas é preciso que o governo do estado tenha planejamento para isso, não adianta nada eu querer ajudar Minas. Nós temos as regiões de saúde em Minas que são uma bagunça, eu visito cidades em que uma mulher com câncer de mama, por exemplo leva seis meses para começar o atendimento! Cidade onde a pessoa quando ganha uma guia vem aqui pra São Sebastião do Paraíso 950 km de distância, como você vai atender? Então essa essa a minha visão é de que a gente precisa reorganizar essa das Universidades é uma, começar a expandir aumentar o que nós temos, a questão da reorganização da saúde pública e principalmente um planejamento para o crescimento de Minas, porque toda vez que eu chego alguém fala “ah o atual governo está fazendo um bom trabalho” mas qual é a proposta pro Sul de Minas? O que é que foi feito para que a gente faça com que a região volte a se desenvolver? Não tem nada! Então isso não é um bom governo bom governo é aquele que te que cumpre o papel dele, mas te dá uma perspectiva de crescimento, né? Um Planejamento.

Luís Guilherme Burza: Senador o senhor falou aí na política, no começo da entrevista falou que não veio da política, mas a política é o cerne da questão. O senhor falou aí do problema de outro senadores e falou aí do governo atual de problemas e o nome do senhor está sendo ventilado, o senhor esta tentando ser candidato pelo PL tentando inclusive ser o candidato do presidente Bolsonaro ao governo de Minas, mas a cerca de dois dias (entrevista realizada em 23/07/2022) o PL não confirmou o nome do senhor é para candidato ao governo de Minas Gerais. E aí existe aí uma possibilidade que o PL vá apoiar o governador Romeu Zema (NOVO) que o senhor, de certa forma, acabou de criticar aqui nessa entrevista. Como que o senhor vê aí uma forma de reverter essa situação e como que esta o presidente Bolsonaro em relação a questão da candidatura do Senhor ao governo de Minas Gerais?

Como você citou o nome eu vou repetir: Zema é um traidor, Zema recebeu do presidente Bolsonaro todo e completa a atenção. Eu sou testemunha da quantidade de vezes que ele foi ao Palácio do Planalto, foi recebido até sem agenda e desde o ano passado vem evitando o presidente. Foram para o exterior não quis fazer agenda conjunta, o partido dele anunciou um novo candidato, o vice na chapa é um dos maiores críticos do presidente do Parlamento, então houve uma ruptura! Só que há uma questão que envolve o meu nome. O Partido Novo se elegeu dizendo que ia fazer uma política nova, não é? Uma grande mentira, não existe política nova, existe política séria ou não. O que que eles fizeram? Quando eles mudaram o estatuto para reeleger o atual comando eles começaram a distribuir dinheiro para os deputados, chamaram lá os deputados estaduais e entregaram dinheiro do Fundeb, quadras, entregaram obras de escola, entregaram obras em hospitais, um estado endividado que aumentou em 12% a dívida que herdou do Pimentel! Vamos colocar isso aqui com clareza, então não arrumou casa nenhuma! Pegou um R$ 1 bilhão para poder fazer emendas! Lá dentro do Palácio Tiradentes está as fotos lá! Pega R$ 1,5 milhão para cada Prefeito que quer apoiar e isso está o estado inteiro está acontecendo! Então essa esse posicionamento do governador bateu no meu partido, porque eu cheguei dia 2 de abril de última hora eu fui convidado pelo presidente (Bolsonaro) pra ser o candidato dele em Minas os meus deputados estaduais já tinha um acordo com o governador eu não vou criticá-los. Mas nós sabíamos da tentativa de unir a Direita no estado. O ideal é que a direita, independentemente esse centro, se extrema igual ao meu caso que eu eu não me considero radical que a gente esteja unido na reeleição do presidente. Só que o Zema não quis e vem constantemente empurrando com a barriga e o presidente já deixou claro que não tem acordo, ou dá o palanque ou não tem acordo. Meu nome está confirmado. Viemos pra convenção [mas] se nós fossemos por voto nós teríamos dificuldade com os deputados e isso geraria dentro do partido uma crise. Conversei com o Valdemar Costa Neto que é o presidente [do PL] e disse “Valdemar vamos tirar do Estado a decisão e vamos trazer pra Nacional, porque aí os deputados se organizam para lá eles podem apoiar quem eles quiserem porque eu não vou ser contra, não vou forçar ninguém a me apoiar”, mas a decisão sobre minha candidatura fica pra executiva Nacional eu Valdemar e o presidente [Bolsonaro]. Então da minha parte estou disposto determinado e com muita coragem. Amanhã eu vou pro Rio de Janeiro no Maracanãzinho, estarei lá junto com o presidente na questão do lançamento da da reeleição dele e lá nós devemos esclarecer isso de uma vez é a minha expectativa, né?

Ciça Ferraz: Até quando tem que ser definida a candidatura?

Até dia 5 de agosto.

Ciça Ferraz: E o Zema será que estará lá no Maracanãzinho?

Não vai, lá em Uberaba por exemplo, depois que o meu nome foi anunciado foi a primeira agenda que o governador quis fazer com o presidente. O governador chegou lá igual cachorro, quando cai do caminhão de mudança, não sabia nem para onde ele ia então sem graça que ele estava.

Ciça Ferraz: Mas e se o Bolsonaro apoiar o Zema como fica isso?

O Bolsonaro não irá apoiá-lo se o Zema não o disser claramente que o palanque será do presidente! Essa é uma questão Sine qua non, como muita gente gosta de dizer, ou ele apoia abertamente ô gente, o homem é presidente da república, em Minas ele tem de 25 a 30% dos votos, o presidente em Minas vai ter de 25 a 30% dos votos, escreva o que eu tô dizendo pra vocês! Como é que o presidente não tem palanque no estado? Ele tem que ter um palanque altura dele! Goste ou não, ele é o presidente da república e o Partido Novo é um partido, que eu brinco, é um partido como a fábula do Escorpião e do sapo. O escorpião está lá afogando o sapo chegou o escorpião pediu uma carona pra se salvar, o sapo salvou jogando do outro lado do Escorpião picou o sapo. O Novo é assim, ele pede ajuda, ele diz que não, mas do outro lado ele joga para o escanteio e os deputados hoje apoiam porque todos eles naturalmente amam a coroa, eles não amam o rei não, isso é da política, deixa eu ser o governador se eu não vou ser o governador mais lindo que Minas Gerais já teve nos discurso. (risos) Agora hoje, eu sou um senador corajoso, todo mundo fala “ousado” porque “Ah você quer ser governador?”, eu quero eu não tenho nada a perder, eu tenho muito a oferecer, eu sou um profissional que venho de 35 anos de trabalho em várias áreas antes da política. Eu morei entre o Brasil e Alemanha, trabalhei na Alemanha seis anos, eu sei claramente o que é a importância de planejar, sei o quanto o brasileiro hoje está precisando de uma palavra de esperança, de confiança no futuro, o quanto a gente precisa dizer para os pais e as mães que as escolas públicas de Minas não ensinam nada, de zero a 10 os nossos alunos chegaram quatro, nossa média está entre as mais ruins do país, nós temos estados do Nordeste que passaram Minas em aprendizado! Nós que já tivemos uma das melhores escolas públicas! Você tem professores não ganham o mínimo, você tem policiais insatisfeitos com a forma como estão sendo tratados. Está na hora da gente começar a devolver a esperança pras pessoas.

Ciça Ferraz: E o que o senhor propões aqui para o Sul de Minas

Eu proponho o sul de Minas tenha um novo plano de mobilidade. O problema de vocês aqui são estradas, porque se a gente melhorar as estradas. Primeiro o turismo nessa região hoje cresce de uma forma exponencial, e não é bem utilizado porque você tem essa rota dos peregrinos aqui que não é uma rota oficial, que deveria ser uma rota Mundial. Você sabia que tem mais gente que anda aqui do que em Santiago de Compostela na Espanha? Mais gente que anda hoje isso tem que se tornar um programa de governo para você desenvolver o turismo. Segundo melhorar duplicar e arrumar as estradas onde é possível. Porque todo o investimento de São Paulo que hoje não quer mais ficar em São Paulo está indo pra Goiás não está vindo para cá, porque? Pega de Araraquara subindo para Uberlândia o Triângulo Mineiro e Goiás para você ver? Tudo duplicado! Estradas que você passa por elas excepcionais a BR 050 entre Minas Gerais, essa nossa dificuldade aqui.

Ciça Ferraz: É a MG 290 não sai do papel…

Isso o governo do estado tem que olhar. Para isso é que tem um acordo com a vale, para isso é que tem um acordo de Mariana que vem aí, pra gente desenvolver as várias regiões do estado. É como eu disse cada uma delas tem uma uma necessidade. Por exemplo vamos falar em escola pública que é uma coisa que eu gosto porque eu sou de escola pública: a gente fica num debate raso sobre o comportamento no Brasil e não debate que tem que debater. Cada região de Minas tem um tipo de demanda de mão de obra, por exemplo no norte, você tem agora máquinas pivôs e energia solar você precisa de técnicos para isso. Santa Rita do Sapucaí aqui está mandando técnicos até para o exterior, formam aqui Santa Rita o sul de Minas precisa de Engenheiros, de pessoas de tecnologia, precisa de técnicos de agricultura e de estradas. Porque aí esse investimento vem para cá é uma é uma questão natural, mas um estado tem que se organizar pra receber.

Luiz Carlos Ribeiro: Senador hoje o Estado de Minas está com défict de 12%, se o senhor for eleito, tem jeito?

Aumentou a dívida em 12%. Nosso déficit hoje, você falou bem, está quase 13 bilhões de reais! E isso já vem de muitos anos. Tem jeito sim, a saída é o chamado regime de recuperação fiscal, RRF. Esse regime foi feito no Rio e não deu certo porque penalizou o servidores, impediu a contratação de novos, impediu a promoção daqueles em carreira. O estado do Rio perdeu mão de obra qualificada do setor público. Então o RRF tem que passar por uma mudança para ele não penalizar o estado. Agora o Supremo Tribunal Federal numa canetada mandou o estado passar por cima da Assembleia, isso eu chamo de ativismo judicial, pode ajudar o estado no primeiro momento, mas descumpre a Constituição. Essa história da gente aplaudir quando interessa pra gente é que faz com que Supremo nosso hoje milite, é um Supremo ativista hoje, os juízes entendem que eles podem tomar o lugar do Parlamento e está errado, eles não têm voto! Quem tem voto somos nós! O dia que a população não tivesse satisfeita não vai votar mais. Então esse déficit de Minas Gerais passa por uma reorganização da dívida por meio do regime. Mas então a maneira como está entrando agora vai engessar cada vez mais ajustado.

Luis Guilherme Burza: Senador é uma uma outra polêmica ainda na área política envolvendo o presidente bolsonaro essa questão que foi levantada recentemente mais uma vez das urnas. O senhor foi eleito em 2018 com as urnas eletrônicas e o senhor falou agora que a expectativa que o bolsonaro tem em Minas Gerais de 25 a 30% dos votos. O senhor confia nas urnas Eletrônicas?

É uma uma ótima pergunta e sempre que começa por “o senhor foi eleito pelas urnas”. Olha o que está em questionamento não é se nós vamos usar as urnas ou não, o presidente nunca questionou isso, o que está em questionamento é nenhum sistema eletrônico no mundo é 100% seguro. A NASA já teve sistema dela invadido a CIA já teve sistema invadido, grandes corporações do mundo já tiveram sistemas hackeados, como o TSE teve por 6 meses os computadores de dois ministros hackeados. A Polícia Federal prendeu o hacker e pegou com ele uma série de códigos fonte. O que se questione é o seguinte: as urnas eletrônicas se existe alguma falha que tamanho dessa falha? É 0.1 e 1 milhão é 10%, é essa a discussão que o TSE não quer e que está errado! Sabe porque? A gente tem que esclarecer isso a exaustão, chamar para o debate os técnicos, os engenheiros, os militares, e dar pra população uma resposta, porque toda vez que você e fala assim, não, é seguro, está tudo bem aqui. Pera aí? Nas por que que ela não podemos discutir

Luis Guilherme Burza: Mas isso já não foi feito com com TCU (Tribunal de Contas da União), com participação do ITA (Instituto Tecnológico da Aeronáutica)?

Não, não foi feito. O Ministério da Defesa está tentando junto ao TSE criar uma série de sistemas não só de proteção, porque agora é um sistema único, né? Mas também um sistema de acompanhamento paralelo, para que a gente possa ter e os ministros se fecharam disseram que não que isso é equivalente a umz auditoria e que auditoria não muda resultado de urna. Não é isso! A discussão é a seguinte: é o coração da Democracia brasileira é o voto! “Ah, não existe insegurança na urna” então tudo bem, vamos dizer isso com clareza para todo mundo, “olha chegamos à conclusão”. Mas isso não pode ser feito fechado, dentro de uma sala com seis ministros, sete ministros, tem que ser feito na luz pra população inteira saber, até desmascarar, “olha Bolsonaro o senhor está errado, está aqui o resultado”, mas hoje quem é que questiona o presidente, se não falar que ele está errado, mas não apota dados? Esse é o questionamento que eu faço. Nós precisamos dar uma resposta é 0.01? Um Olha é mínimo é isso aqui. A urna em si que está lá na base eleitoral, essa não tem acesso à internet é difícil, mas e na transmissão para Brasília e quando esse sistema chega num computador único como é que funciona?

Luis Guilherme Burza: Mas aí eu cobri eleição durante muito tempo pela Rádio Difusora Ouro Fino e a urna emite aquela aquele boletim [o Boletim de Urna*] então aí eu sou obrigado, eu não ia entrar nessa seara, mas porque tem como conferir o partido, através dos fiscais, tem como conferir o boletim com o resultado que depois é publicado, no site do TSE…

Mas são quantos milhões de boletins?

Luis Guilherme Burza: Mas é só é só anotar, por exemplo na Rádio Difusora onde o nosso colega Luiz Carlos Ribeiro também trabalhou a gente fazia uma apuração paralela que acredito ser feita também comitês eleitorais, eu acredito que é possível fazer já que a essa auditoria…

Não é possível, não há auditoria 100% segura e auditoria não muda resultado de urna…

Luis Guilherme Burza: Não tem como o partido colocar um fiscal por urna para pegar esse boletim e depois conferir no site do TSE?

Não tem jeito! Onde que mudou onde que mudou? Você pega lá o relatório geral lá em Brasília no computador central do TSE. Nós estamos trabalhando com hipótese, né? E eu não tô duvidando da urna e nem quero deixar de usar a urna

Luis Guilherme Burza: E posição é se existe problema também quero que resolva.

Exatamente! Vamos discutir o seguinte, vai terminar lá o compito, a contagem final, votaram é 110 milhões de brasileiros e o resultado é tal. Se houve em hipótese algum tipo de fraude foi onde mudou os votos em que lugar? No Amazonas? Lá em São Gabriel do Palha? Ou mudou lá no Chuí? A gente não sabe não tem como você saber, não há como a não ser que você faça, por exemplo que poderia ser uma forma interessante, você faz uma análise, depois você faz uma recontagem num outro sistema, poderia existir isso, mas o TSE não quer isso, o TSE entende que não há como se questionar em momento algum as urnas, aí amigo gera esse mistério e essa dúvida que nós estamos nela aqui. Todo mundo quer uma eleição limpa.

Luis Carlos Ribeiro: Senador, para a gente encerrar, a mensagem que o senhor deixa então, principalmente pro sul de Minas como pré-candidato.

Olha eu quero dizer a todos do Sul de Minas que conheço muito bem essa região, sei do que nós precisamos fazer para que volte a crescer sei do olhar que o Estado tem que ter diferente para uma região que já é rica, mas que pode ser muito mais rica. Sei do quanto nós precisamos dar a Minas Gerais outras formas de desenvolvimento pensando no que o mundo quer hoje! Menos carbono, sabe menos Impacto, hoje, você veja aqui em Andradas, por exemplo tem o Caminho da Fé lá o pessoal que é minerar na região a população é contra, a população não quer mais mineração em área urbana, a gente precisa respeitar isso, é como a Serra do Curral em Belo Horizonte. Então a gente tem que começar a pensar na Minas do futuro. Daqui a 15 anos passa tudo tão rápido. Qual é a Minas Gerais que eu vou deixar pra minha neta pro meu neto, para nós essa Minas Gerais? A gente tem que discutir ela é hoje! Então uma dependência do minério absurda sem planejamento um endividamento enorme. Então está na hora da gente começar a falar em soluções. Esse é o meu recado para o povo do Sul de Minas.

* O Boletim de Urna é um documento que a urna eletrônica emite ao fim da votação constando a totalização de votos que cada candidato obteve naquela sessão eleitoral. Por lei uma via do boletim fica fixado na porta da sessão, outra guardada junto a urna e uma terceira arquivado na sede do Cartório Eleitoral. Também por lei cada fiscal ou delegado partidário tem direito a uma via deste boletim. Antes da votação a urna emite uma versão deste mesmo boletim, demonstrando haver zero votos nela, este primeiro documento é chamado de “zerésima”.

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