A atividade física de baixa intensidade e contínua não é uma boa estratégia para o emagrecimento, como mencionei no texto passado (parte 1). Nesta segunda parte sobre o tema irei citar alguns estudos que mostram que a atividade de baixa intensidade além de não funcionar pode atrapalhar seus resultados.
Ainda existem pessoas que não acreditam que a musculação é um meio mais seguro e eficaz de treinamento para indução ao emagrecimento, quando comparada com o aeróbio contínuo, que consiste naquela caminhada ou corrida em baixa intensidade. Como o aeróbio defende sua teoria para indução ao emagrecimento? Pois bem, ele se baseia em 2 premissas:
1- Abordagem Metabólica: Consiste analisar a ordem de utilização dos substratos que geram energia para nosso corpo, são eles em ordem de facilidade de uso: Carboidratos, Gordura e Proteína. Ou seja, é mais fácil quebrar estruturas de carboidrato do que de gordura e é mais fácil quebrar estruturas de gordura do que de proteínas. Desta forma, sabe-se que se o indivíduo se exercitar dentro de sua “Zona Alvo de Queima de Gordura”, a famosa FatMáx, aquela tabelinha que fica na esteira, irá usar prioritariamente gordura durante a execução do exercício.
2- Abordagem Matemática: O bom e velho “comer menos e gastar mais”. Essa premissa parte do pressuposto que deve haver um balanço energético negativo para que haja o emagrecimento, o que não é uma mentira, o problema que a idealização se limita à matemática, esquecendo que somos um organismo vivo e não linear. Ou seja, nosso corpo não responde de forma exata a estímulos, mesmo que esses estímulos sejam exatos.
Krueger, em 2007, fez uma pesquisa para saber qual tipo de atividade era buscada por quem queria perder peso! 10 mil pessoas foram questionadas e o resultado foi:
1) 38,3% – Caminhada;
2) 12,5% – Ciclismo;
3) 11,6% – Corrida.
Bom, então fica a pergunta: “se as pessoas estão buscando emagrecer e sair do sedentarismo com essas atividades, porque estão aumentando de peso?” Porque ainda não entendem que há diferença entre comer uma maçã de 100 cal e um brigadeiro de 100 cal, e acham que se gastarem as calorias ingeridas estarão emagrecendo!
Em 2014, Swift, através de uma meta-análise, com os artigos disponíveis que relacionavam aeróbio contínuo com emagrecimento – no total foram 11 artigos que englobavam um “N” superior a 300 – concluiu que:
1) Aeróbio sozinho causa modesto emagrecimento e, ainda assim, isso só ocorre em poucos trabalhos e altos volumes;
2) para que se potencialize a perda de peso, deve-se introduzir controle alimentar com característica restritiva e, nesses casos, aeróbio mais dieta proporciona as mesmas perdas que apenas dieta.
Em 1999, Brynner comparou musculação com aeróbio contínuo para analisar modificações na composição corporal, com os seguintes resultados.
1) Grupo do aeróbio teve perda de massa magra, em torno de 4kg, e com isso uma redução na TMB (200kcal)! Essa redução deixou o organismo dos indivíduos mais lentos, mais econômico, e mais suscetível ao acúmulo de gordura!
2) em contrapartida, o grupo da musculação perdeu o dobro de gordura do grupo do aeróbio e não teve perda de massa magra, ela foi mantida!
Mas o legal desse estudo é que quem fez aeróbio treinou 4 vezes por semana durante 1h, e quem fez musculação treinou 3 vezes por semana por 40 minutos! Ou seja, treinou menos tempo, menos dias e teve mais resultados!
Conclusão: Não basta apenas comer certo, tem que saber qual tipo de atividade irá fazer para, além de potencializar o emagrecimento, não permitir que ele seja atrapalhado!
Respire fundo e leia com atenção esta frase: “se o objetivo é perder gordura e o tempo for limitado, as pessoas devem se exercitar com segurança nas intensidades mais altas possíveis…” esta foi a conclusão de GREDIAGIN et al (1995)
E, em 2014, Vissing & Schjerling disseram que o grupo do aeróbio induziu à redução da expressão do gene que regula o envelhecimento MAIS que no grupo controle, que era sedentário! Ou seja, a expressão de genes varia de acordo com o tipo de exercício e o treino aeróbio contínuo induz ao envelhecimento mais do que em quem é sedentário!
Conclusão final: Fazer qualquer coisa não é melhor que fazer nada e não é falta de tempo, é falta de organização que você tem!
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