Faleceu em Ouro Fino nesta segunda-feira (13) aos 73 anos de idade, em decorrência de problemas de saúde, o artista plástico Emanuel José de Gusmão, o conhecido “Maneco”. Ele residia na Rua Nilton Emilio Oliveira, n°404, Bairro do Alto, onde criou um dos seus mais importantes projetos de arte denominado a “Caixa Preta”, que foi reconhecido por lei municipal em março de 2023, como de “Relevante Interesse Cultural do Município de Ouro Fino”, tornando-se um símbolo de forma e expressão cultural, artística e arquitetônica da cidade visto como um ateliê e galeria de arte, uma estrutura cúbica, de 450 metros quadrados, toda negra, adornada em seu exterior e repleta de obras em seu interior.
“O Homem da Caixa Preta”, artista ouro-finense e criador de inúmeras obras espalhadas por Ouro Fino, pelo Brasil e pelo mundo, das quais destacam-se a casa onde vivia, “Os Evangelistas” no Morro do Santo Cruzeiro, a Mina da Policena na Rua José Lino Simões, a Estrada dos Santos Negros, denominação dada à estrada velha que liga Ouro Fino a Inconfidentes. Uma obra também recente é a estátua do cantor Luiz Gonzaga construída no Calçadão da Rua 13 de Maio, entre outras obras.
Maneco ocupou a Secretaria de Cultura da cidade de 2004 a 2010 no mandato do então prefeito Luiz Carlos Maciel, o Cacau. No cargo pode incentivar as artes na cidade. Promoveu um festival de teatro que ganhou fama na região, apoiou a ONG Cultura Ativa, que entre outras coisas, gerou a Rinha do Rock, que funcionou na antiga rinha de galos do Montanhês Clube, onde diversos grupos deste estilo musical puderam compartilhar o espaço, ensaiar, trocar informações e experiências. Também apoiou um festival de rock na cidade. Foi um momento cultural único para a Ouro Fino, com um artista, filho da terra, com uma vivência internacional, não uma simples passagem por países estrangeiro, mas pela cidade que talvez seja ainda o epicentro das artes mundiais, Paris, cuidando das artes em Ouro Fino.
Maneco de Gusmão era colunista do Portal da Rádio Difusora Ouro Fino, estudou artes na juventude em São Paulo, onde participou de várias exposições. Foi professor de pintura na Penitenciária de São Paulo, também morou e trabalhou na França na década de 1990 onde ficou por 14 anos. Era membro efetivo da AOLA (Academia de Letras e Artes de Ouro) onde além de colaborar muito com a instituição, promoveu exposições de acadêmicos falecidos e outros feitos. Também foi cronista do tradicional jornal Gazeta de Ouro Fino.
O artista Maneco de Gusmão, que foi tema de uma entrevista em quatro partes publicada aqui no Observatório de Ouro Fino, intitulada “O Homem da Caixa Preta”, feita pelo repórter Luís Guilherme Burza.
“O homem da Caixa Preta” foi, antes de tudo, um visionário.
O prefeito de Ouro Fino Henrique Wolf postou vídeo nas redes sociais do município lamentando a morte do artista. O sepultamento de Maneco Gusmão ocorreu na manhã dessa terça-feira (14) no Cemitério de Ouro Fino.